Custos astronômicos do stress ocupacional
Stress ocupacional é assunto sério, por tratar de seres humanos, de produtividade e custos para as empresas, de impactos na sociedade. Muito se fala em sustentabilidade hoje em dia. É preciso lembrar que a sustentabilidade começa com as pessoas, com os profissionais, que por sua vez compõem as organizações, as empresas e a sociedade produtiva.
No Canadá, a conta anual passa de U$ 14,4 bilhões (2001); na Europa, 20 bilhões de euros (2005); nos EUA, U$ 300 bilhões (segundo o American Institute of Stress, 2004). Notem que a dimensão é de bilhões. Bilhões de prejuízo, de recursos utilizados para correção de problemas, de baixa produtividade. Ou seja, impacto econômico, de desenvolvimento, financeiro, social e humano. Na média, 30% são custos médicos; 70% de efeitos na produtividade. No Brasil, pesquisas indicam que 70% dos nossos trabalhadores estão estressados, e 30% destes com chances de evolução para o chamado burnout (quadro extremo de falta de esperança, atitudes extremas, esgotamento, despersonalização, afastamento do trabalho por longos períodos ou em definitivo).
Fica, então, mais fácil compreender os tais custos do stress:
1. Custos humanos: hipertensão, gastrite, problemas cardiovasculares, problemas mentais como neurose, depressão, aumento da incidência de câncer pela queda da imunidade, dependências químicas, alterações osteomusculares, envelhecimento precoce, consequências físicas e psicológicas, renda perdida devido à doença e seus efeitos na sociedade;
2. Custo para as empresas: presenteísmo (queda da produtividade de quem trabalha), perda de memória, absenteísmo (trabalhadores começam a faltar mais, o que gera novos custos como substituição, substituição não perfeita), efeito na produtividade da equipe, atrasos que causam penalidades para a empresa ou perda de oportunidades, atrasos constantes, erros e acidentes de trabalho, invalidez (aguda ou crônica), ações trabalhistas, sabotagem (difícil de acreditar que as pessoas chegam a esse ponto), efeitos no ambiente organizacional, turnover, custos de treinamento de novos colaboradores, má gestão e assim por diante;
3. Custos para a sociedade: indivíduos alienados e doentes, sistemas de saúde onerados, baixa competitividade das empresas, famílias se desfazendo, suicídios (casos extremos e não tão incomuns quanto pensamos), uso abusivo de álcool e drogas, aumento do consumo de remédios tarja preta (o Brasil é um dos campeões mundiais de consumo de Rivotril), cidadãos cujo futuro de saúde e produtividade estarão sempre afetados.
É preciso investir na transformação e prevenção desta triste realidade de uma sociedade cada vez mais doente por consequência do stress do trabalho. A razão pode ser financeira ou humana, individual ou coletiva, empresarial ou social. Tanto faz. Mas é preciso colocar este tema na pauta de prioridade e ação de todos os interessados em construir uma sociedade mais saudável, produtiva e equilibrada.Adaptado de: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/muito-trabalho-pouco-stress/2012/06/24/stress-problema-seu-da-sua-empresa-e-de-toda-a-sociedade/
Cristina
15/08/2017 @ 15:33
Poxa legal saber disso!